sábado, 19 de abril de 2008

Linha tênue


A uma linha tênue no horizonte, que separa o céu e a terra;

Onde há tantos mistérios que não podemos ver;
A uma linha tênue entre a vida e o abismo;
Linha esta que você não enxerga, ou não quer perceber;
Meu ser secreto chora...

Lágrimas involuntárias, que não posso conter;

A uma linha tênue, entre o amor e a loucura;

Na qual se fundem, confundem e você não consegue perceber;

A uma linha tênue que nos separa; que você traça;

Mas que você pode escolher...

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Fugir

Hoje eu queria fugir...Fugir para o além mar, mas não a fuga dos covardes, que fogem por ter medo de enfrentar, mas fugir para se encontrar.

Encontrar novamente a esperança, enxergar o brilho no olhar de uma criança, enxergar a beleza na magnitude da vida que está no amanhecer de um novo dia, no pôr do sol, ou no encantamento de um arco-íris que pode surgir, assim, casualmente e encantador em um dia cinzento.Mas às vezes, fugir é ficar e talvez se perder seja se encontrar.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Caminho...


Estações

Próxima estação, Mooca. Anunciava o maquinista. Ainda faltavam duas estações para chegar à Luz. Tive sorte. O trem estava mais vazio, não sei se era o dia ensolarado, mas as pessoas pareciam mais felizes. Atípico, pois, estava acostumada com os olhares perdidos, como se elas estivessem em transe e somente despertassem ao ouvirem o nome de suas estações.

Normalmente embarcava naquele trem lotado, a prova do descaso público, comigo, com as pessoas que ali como eu sobreviviam a cada estação, naquele exaustivo meio de transporte, no qual questionávamos a lei da física, pois, dois corpos ocupavam o mesmo lugar ao mesmo tempo.

Neste dia, algo diferente aconteceu. Nossos olhares se cruzaram e se fixaram, assim permanecemos nos olhando, conhecendo, admirando, nos encantando, sonhando, amando... Por quase cinco anos assim ficamos, alternando momentos de alegria com tristeza, esperança com desilusão.

Durante este tempo, admirávamos a paisagem que, assim como as nossas vidas, se alternavam, dias de sol, outros de chuva, calor e frio.

Era final da primavera, estações das flores, e naquela estação você desembarcou, nossos olhares se perderam. Já não sei ao certo se fui eu quem te perdi ou você que se perdeu de mim. E mais uma vez o maquinista anunciava: próxima estação, Mooca.