quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jornal Avesso

Liberdade de expressão é importante para um país realmente ser democrático. Neste programa de rádio, feito pelo nosso grupo do 5º semestre de Jornalismo abordamos um tema polêmico. Ouça e tire suas conclusões...O intuito é desmistificar e não polemizar. Confira a entrevista que fiz com Marco Magri, cientista social, um dos organizadores da Marcha da Maconha em São Paulo e muito mais.

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terça-feira, 28 de abril de 2009

André Nardi oboísta brasileiro


André Augusti Nardi, bacharel em música com habilitação em instrumento oboé, formado pela Unesp, Universidade Estadual Paulista, com uma vasta experiência musical e adepto da vertente “Early Music” (música antiga), ganha uma bolsa no valor de US$ 4,600 para estudar no Texas. Em entrevista, o oboísta natural de Araras, São Paulo, com 30 anos, nos conta seus trabalhos e ligação com a música.

01 – Como começou a sua ligação com a música?Quando eu tinha 09 anos fui com meu pai na casa de um amigo dele, que tocava violão, ao vê-lo tocando fiquei encantado. Depois disso comecei a estudar violão, dos 09 aos 17 anos, fiz aula de violão popular e erudito. Junto com minha professora Profº Leni Perisatto fui à um concerto e pela primeira vez ouvi o oboé, que me chamou muito atenção pelo timbre, nesta época eu tinha 15 anos e também estudei por dois anos oboé, em Rio Claro, com o Profº Rodrigo Muller, detalhe meu oboé era de resina nesta época.

02 – Além do oboé e do violão você toca mais algum instrumento?
Toco também piano e canto, que aprendi na Unesp nas aulas complementares.

03- Em quais orquestras você já tocou e toca atualmente?
Já toquei:
Camerata Colegium Musicum – sob a direção de Pedro Persone (cravista) – repertório Barroco, em Tatuí, SP.
Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de SP;
Orquestra Experimental de Repertório – sob a direção de Jamil Maluf;
Orquestra Sinfônica da Universidade de SP – sob a direção de Carlos Moreno.
Atualmente toco na Orquestra Sinfônica Municipal da Cidade de Santos – sob a direção de Luís Gustavo Petri.

04- Você segue alguma rotina de ensaio?
Sim, estudo 06h diariamente, 03h para o oboé moderno e 03h para o barroco.

05- Você acha que o músico é reconhecido no Brasil?
Reconhecimento na área erutida não, o público é elitista e praticamente tudo se resume à Sala São Paulo, prova disso é que 80% dos músicos que tocam lá são europeus. O reconhecimento é apenas por pequenos grupos.

06- Como é para você viver apenas da música?
Compararia a vida de um funcionário público, classe média.

07- Você ganhou uma bolsa para estudar no Texas, Estados Unidos. Como ocorreu isso?Acontece que no Brasil não há mestrado em instrumentos musicais, temos somente a parte teórica, algumas universidades como a UNT – University Of North Texas, disponibilizam o Auditions, que é uma avaliação que eles fazem do nosso trabalho. Essa avaliação pode ser presencial ou através de algum material enviado, eu encaminhei um dvd contendo 30 min do meu trabalho e consegui uma bolsa no valor de US$3,000 anual e US$1,600 também anual, este acréscimo ocorreu por eu tocar em orquestra barroca. Além disso, há o TOEFL (Test of English as a Foreign Language), que é um teste que ocorre duas vezes por ano no Brasil e tem validade por dois anos, é interessante realizar este teste antes de estudar fora, pois caso contrário eles exigem que se faça um curso ao chegar na universidade, a data e o local para o próximo teste não foi definido ainda. Na Califórnia e Chicago também há universidades que enviei o mesmo material e estou aguardando uma resposta, para então definir o que farei.

08 – Como começou o seu trabalho com a música do período Barroco?
Desde que começou o Núcleo de Musica Antiga, na EMESP – Escola de Música do Est. de SP Tom Jobim (antiga ULM – Univ. Livre de Música), há dois anos, eu tenho participado, é o primeiro núcleo em São Paulo, no Brasil temos o Festival de Música Colonial Brasileira, em Juiz de Fora, que são execuções de repertórios dos séculos XVI, XVII e XVIII, com instrumentos de época, que ocorre no mês de Julho anualmente.
O Núcleo de Música Antiga surgiu através de alguns estudantes brasileiros que ao retornarem da Holanda, do conservatório de Hague, começaram a desenvolver esse projeto aqui. Atualmente, o professor responsável por essa área, também faz parte dos membros de professores da Unicamp.

09- Qual o seu trabalho na Escola do Auditório, no Parque do Ibirapuera?No EA (Escola do Auditório) eu dou aulas de oboé, é uma parceria interessante do teatro com a Tim Telefônica, além das minhas aulas de oboé, as crianças e adolescentes carentes aprendem música brasileira, instrumentos, percussão, dança e canto, em período integral.

10- Se você não fosse músico, o que gostaria de ser?Jornalista.

Confira o som lindíssimo do oboé, executado pelo oboísta André Nardi.


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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Trabalho de rádio

Só pra variar, resolvi postar este programete feito por Dra. Bibian (eu),Bubu, Isabel, Débora, Carol e Val.

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sábado, 11 de abril de 2009

Mais uma enchente

Após o dilúvio vislumbrei o céu lindo, calmo e ensolarado, quem presenciou o ocorrido no dia anterior não acreditava no que via, o céu a nos sorrir, com esses raios luminosos...Era final da tarde, começou a ventania, a chuva forte caia sobre São Paulo, fechamos todas janelas apressadamente, por sorte a chuva não molhou meu livro, faltava pouco para terminar de escrevê-lo, as folhas estavam sobre a mesa, na sala ao final do corredor, a casa era grande, permanecemos na sala sentados e abraçados, ouvindo o som da chuva.

A princípio algumas inspirações, ideias construídas aos poucos, aquelas linhas manuscritas seriam o meu primeiro livro a ser publicado.Pablo era discreto, olhar penetrante, magro, alto, olhos pretos, belo sorriso, cabelos castanho-claro, dreads, pele clara, era músico, tinha paixão pela gaita, talvez, por ser o primeiro instrumento que aprendeu a tocar, ultimamente se dedicava ao seu livro.

Pablo desejava além de publicar seu livro, mudar de São Paulo, amava a cidade, mas não suportava a violência, que levou embora amigos durante assaltos, o trânsito caótico, que matou seus pais num acidente automobilístico, e a miséria que existia por todos os lados da cidade, só a maioria dos governantes não “enxergavam”.

Sophia trabalhava do outro lado da cidade, professora de yoga, casada há três anos com Pablo, juntos há sete, amavam-se, existia sintonia, respeito e companheirismo entre eles, raridade atualmente. Sophia era baixa, cabelos pretos, curtos, magra, olhos cor de mel, calma e delicada. Conheceram-se na ONG que voluntariamente aos sábados trabalhavam.
Era último dia do inverno, novamente a chuva caia forte, impiedosa, mais uma enchente em São Paulo. Sophia dirigia, tentava voltar para casa. Pablo estava preso no trânsito, o volume da água aumentava, motoristas se arriscavam a passar por ruas totalmente alagadas, mas não conseguiam, e ficavam totalmente reféns em seus próprios carros. Pablo abandona seu carro, pois a enxurrada estava cada vez mais forte, ele e outros motoristas foram se abrigar na passarela, que havia em cima da avenida que estavam.
Tenta falar com Sophia, mas o celular não dava nenhum sinal. Fica apreensivo. Ela consegue parar o carro, aguarda o temporal diminuir. Ele vê seu carro sendo levado pela correnteza rua abaixo. Fica mais apreensivo. Após seis horas a chuva pára, aos poucos a água vai diminuindo, caos em São Paulo, novamente. Pablo chega em casa e vê que por ali também inundou, somente a parte de cima estava intacta, Sophia adentra a casa, abraça Pablo e chora, eles se deitam na cama, se reconfortam num abraço e assim adormecem.

Pablo desperta após algumas horas, sabe que é preciso recomeçar mais uma vez, quantas vezes fazemos planos, que num piscar de olhos são alterados pela vida, quantas mudanças há em nosso viver, sem que antes sejamos consultados, se realmente é o queríamos, mas a vida é assim, enigmática, fantástica, porém sabe que tudo depende da maneira como enxergamos e do apego que sentimos frente às mudanças, mas recomeçar é preciso.

Agradece ao universo por Sophia estar bem e por estar ao seu lado. Lembra que amanhã começará a primavera, ele deseja que esta estação floresça a esperança em seu coração, pois o mundo não para, e ele é só mais um a recomeçar, algumas perdas materiais, o seu livro com grande valor sentimental, mas sabe que há coisas que o dinheiro não compra e que ele as possui, como o amor de Sophia, a paz de espírito, sua saúde e disposição para um novo dia, sabe que agora será a hora de mudar, partir de São Paulo. Pablo abre a janela e vislumbra o céu, lindo, calmo e ensolarado...