terça-feira, 28 de abril de 2009

André Nardi oboísta brasileiro


André Augusti Nardi, bacharel em música com habilitação em instrumento oboé, formado pela Unesp, Universidade Estadual Paulista, com uma vasta experiência musical e adepto da vertente “Early Music” (música antiga), ganha uma bolsa no valor de US$ 4,600 para estudar no Texas. Em entrevista, o oboísta natural de Araras, São Paulo, com 30 anos, nos conta seus trabalhos e ligação com a música.

01 – Como começou a sua ligação com a música?Quando eu tinha 09 anos fui com meu pai na casa de um amigo dele, que tocava violão, ao vê-lo tocando fiquei encantado. Depois disso comecei a estudar violão, dos 09 aos 17 anos, fiz aula de violão popular e erudito. Junto com minha professora Profº Leni Perisatto fui à um concerto e pela primeira vez ouvi o oboé, que me chamou muito atenção pelo timbre, nesta época eu tinha 15 anos e também estudei por dois anos oboé, em Rio Claro, com o Profº Rodrigo Muller, detalhe meu oboé era de resina nesta época.

02 – Além do oboé e do violão você toca mais algum instrumento?
Toco também piano e canto, que aprendi na Unesp nas aulas complementares.

03- Em quais orquestras você já tocou e toca atualmente?
Já toquei:
Camerata Colegium Musicum – sob a direção de Pedro Persone (cravista) – repertório Barroco, em Tatuí, SP.
Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de SP;
Orquestra Experimental de Repertório – sob a direção de Jamil Maluf;
Orquestra Sinfônica da Universidade de SP – sob a direção de Carlos Moreno.
Atualmente toco na Orquestra Sinfônica Municipal da Cidade de Santos – sob a direção de Luís Gustavo Petri.

04- Você segue alguma rotina de ensaio?
Sim, estudo 06h diariamente, 03h para o oboé moderno e 03h para o barroco.

05- Você acha que o músico é reconhecido no Brasil?
Reconhecimento na área erutida não, o público é elitista e praticamente tudo se resume à Sala São Paulo, prova disso é que 80% dos músicos que tocam lá são europeus. O reconhecimento é apenas por pequenos grupos.

06- Como é para você viver apenas da música?
Compararia a vida de um funcionário público, classe média.

07- Você ganhou uma bolsa para estudar no Texas, Estados Unidos. Como ocorreu isso?Acontece que no Brasil não há mestrado em instrumentos musicais, temos somente a parte teórica, algumas universidades como a UNT – University Of North Texas, disponibilizam o Auditions, que é uma avaliação que eles fazem do nosso trabalho. Essa avaliação pode ser presencial ou através de algum material enviado, eu encaminhei um dvd contendo 30 min do meu trabalho e consegui uma bolsa no valor de US$3,000 anual e US$1,600 também anual, este acréscimo ocorreu por eu tocar em orquestra barroca. Além disso, há o TOEFL (Test of English as a Foreign Language), que é um teste que ocorre duas vezes por ano no Brasil e tem validade por dois anos, é interessante realizar este teste antes de estudar fora, pois caso contrário eles exigem que se faça um curso ao chegar na universidade, a data e o local para o próximo teste não foi definido ainda. Na Califórnia e Chicago também há universidades que enviei o mesmo material e estou aguardando uma resposta, para então definir o que farei.

08 – Como começou o seu trabalho com a música do período Barroco?
Desde que começou o Núcleo de Musica Antiga, na EMESP – Escola de Música do Est. de SP Tom Jobim (antiga ULM – Univ. Livre de Música), há dois anos, eu tenho participado, é o primeiro núcleo em São Paulo, no Brasil temos o Festival de Música Colonial Brasileira, em Juiz de Fora, que são execuções de repertórios dos séculos XVI, XVII e XVIII, com instrumentos de época, que ocorre no mês de Julho anualmente.
O Núcleo de Música Antiga surgiu através de alguns estudantes brasileiros que ao retornarem da Holanda, do conservatório de Hague, começaram a desenvolver esse projeto aqui. Atualmente, o professor responsável por essa área, também faz parte dos membros de professores da Unicamp.

09- Qual o seu trabalho na Escola do Auditório, no Parque do Ibirapuera?No EA (Escola do Auditório) eu dou aulas de oboé, é uma parceria interessante do teatro com a Tim Telefônica, além das minhas aulas de oboé, as crianças e adolescentes carentes aprendem música brasileira, instrumentos, percussão, dança e canto, em período integral.

10- Se você não fosse músico, o que gostaria de ser?Jornalista.

Confira o som lindíssimo do oboé, executado pelo oboísta André Nardi.


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3 comentários:

Anônimo disse...

Bibian!! Parabéns!

Continue trazendo assuntos que façam a diferença. A cultura do nosso país precisa de pessoas que incentivem o que é nosso.

Beijosss

Alma e Imagem disse...

karen.rs

Casimiro disse...

"Grande André do Oboé!
Amigo colorido de fé
Entrevistado também é
Um instrumento bem difícil, né?"

kkkkk
q merda eu fiz?!

Valeu pela entrevista, Vivi!